ANMP
Nomeado para acabar com as filas e o desgoverno na autarquia, Leonardo Rolim até agora não alterou o cenário de caos no atendimento ao cidadão no INSS.
Desde março, quando reconhecia um passivo de quase 2 milhões de processos e anunciou a contratação de aposentados para trabalhar no desrepresamento do atendimento previdenciário, até agora, nada mudou no cenário a perder de vista das filas e da falta de respostas do cidadão para seus requerimentos junto ao INSS.
Veja matéria onde Rolim, em março, assume passivo de 1.8 milhão de processos. Agora em outubro o número continua igual:
O principal plano de Rolim se mostrou um fiasco: contratar idosos em plena pandemia para atender ao público em agências fechadas desde março. Quando decidiu reabrir as agências, em setembro, não tinha idoso, não tinha EPI, não tinha agência.
Até agora menos de 30% das agências do INSS foram abertas ao público. Faltou investimento, planejamento. Faltam servidores administrativos, que estão afastados devido a pandemia. Não há nenhuma culpa da Perícia Médica Federal nessa crise.
O Presidente da República foi obrigado a assinar uma Medida Provisória para liberar dinheiro ao INSS afim dele poder se equipar para abrir suas mais de 1500 agências. Prova cabal da total desorganização da gestão.
A saída de Rolim vem sendo a mesma usada por outros gestores do passado, em especial na era PT: culpar a Perícia Médica por todo o atraso. No discurso de Rolim, tudo agora é culpa da Perícia Médica.
E apresenta a farsa da telepericia como solução. Um factoide que não vai decolar e não vai resolver em nada o problema do represamento, primeiro porque ele é incapaz de dar conta da própria demanda da Perícia Médica, segundo que esse represamento é administrativo, não é da Perícia Médica.
Como explicar ou culpar a Perícia Médica pelos milhares de casos represados no INSS se, mesmo atuando com meia carga (por conta das agências fechadas), a fila de espera para agendamento de Perícia Médica no Brasil, hoje, está menor que 15 dias.
Sem falar das agendas vazias que diariamente são reportadas pelos colegas na linha de frente.
Portanto, a sociedade precisa começar a entender a farsa que está sendo vendida pela gestão do INSS e que parte da mídia comprou de forma cega, e ser mais crítica ao que de fato está acontecendo: a Perícia Médica está em dia com seus serviços, Leonardo Rolim não está.
Até quando o governo vai esperar antes de tomar uma providência? Quantas medidas provisórias terão que ser editadas até uma gestão realmente dedicada a resolver o problema do INSS poder assumir e trabalhar na resolução da crise?
Diretoria da ANMP